Saturday, July 27, 2013

Sobre os 500 dias | @gabrielcaetano


Já faz algum tempo que não postava nada por aqui, hoje, no alto drama da tarde me bateu uma vontade de escrever, pra variar, sobre cinema só que dessa vez vou postar em meu espaço pessoal porque o 7 lhamas guarda uma surpresa para este filme. O texto que segue não é bem um review, mas uma carta de carinho aos personagens. De quem gosto muito e que já me ensinaram bastante. Obrigado, Tom e Summer.


500dias


(500) Days of Summer; EUA, 2009. De Marc Webb com Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Chloë Grace Moretz, Matthew Gray Gubler, Clark Gregg, Rachel Boston, Minka Kelly, Maile Flanagan, Patricia Belcher e Richard McGonagle.


Sim galera, tem muito spoiler aqui.


Na semana que passou, tive uma conversa muito legal com a Carol acerca de (500) Dias com Ela. Compartilhamos muitas ideias semelhantes sobre o filme e discordamos de um pontinho ou outro também, mas nada relevante. Discutimos sobre a (in) sanidade do Tom (Gordon-Levitt), o julgamento do público sobre a Summer (Deschanel) e a falta empatia geral com o casal protagonista e o rumo que a história toma. Nenhuma novidade, já que é esse tipo de buzz que o filme tem causado desde seu lançamento.


Só que hoje bateu uma vibe friendzone (que 1º: eu acredito e 2º: que não, não é simples como o pessoal reclama no facebook, logo, busque conhecimento que o assunto é dramático) aqui em casa e me deu vontade de tirar o filme pra assistir de novo e como sempre, foi muito bom. Me identifico bastante com a honestidade da mensagem e vinculei-me emocionalmente com esse casalzinho fofo. Pra quem não assistiu, Tom é um cara solitário que acredita ser impossível despertar para a felicidade sem encontrar sua alma-gêmea. Ele enxerga essa pessoa em Summer Finn, colega de escritório com quem troca sorrisos discretamente até que um dia eles se beijam na sala de foto cópias. A partir dali, Tom se envolve demais com Summer que não gosta de ser pressionada, mais, ela gosta de ser livre. Já deu pra prever que vem um furacão aí, né?


Então, o problema de Tom é basicamente o mesmo que a maioria dos jovens tímidos (ou inseguros, ou reclusos ou mais uma cacetada de adjetivos para perdedor da sua turma de colegial): o cara cria expectativas exageradas em cima de qualquer relacionamento. O que é sintetizado perfeitamente pelo querido Marc Webb na seguinte cena:


500dias3


Criar expectativa sempre dá merda. Tanto pra sair pra com aquela menina que você queria tanto como pra assistir aquele filme que você assistiu o trailer em repeat no Youtube. Não importa como, você irá se decepcionar e o por que é simples: as pessoas tem defeitos, e nossa imaginação trabalha pra transformá-las em semi-deusas. Claro que no caso do Tom, o cara também é possessivo e muitas vezes beira a escrotisse.


Gosto de pensar no Tom como um cara legal que ainda não se resolveu e precisa de um toque para isso. Toque que sua irmã e amigos vivem tentando mandar, mas o cara não abre a cabeça. Porque enquanto ele não aprender conviver com seu interno, mulher alguma, nem mesmo a Summer preencherá o seu vazio. Mas confesso, até hoje, na enésima vez que assisti ao filme torci para o casal terminar junto.


Mais uma vez, é sacanagem julgar a Summer pelo final que a história tem. Primeiro porque ela sempre foi bastante clara sobre sua situação junto do Tom, mesmo que não gostasse de conversar sobre. Segundo porque mesmo que depois de tudo, ele continua criando expectativas em cima de algo que já não existe mais e já fala em tom (ops?) agressivo sobre a Summer, que sempre mostra preocupação com o cara e até se abre pra conversar com ele sobre suas vidas.


Mesmo dito que torcia pelo final romântico onde o casal terminaria junto, me agrada demais que a Summer tenha se casado com um outro cara e descoberto o amor “cósmico” que ela passou todo aquele tempo, quem sabe toda aquela vida renegando. Como ela mesma disse, aconteceu. Uma de minhas crenças favoritas é de que as pessoas mudam, no caso de Summer para melhor ou para pior, pode julgar por si próprio, mas o importante é que ela está melhor agora.


Sobre Tom, não sei. Sua história não termina com o fim do filme (mesmo que eu acredite que ele não tenha aprendido a lição) o que me lembra demais aquele livro da Clarice que se encerra com uma vírgula invés de um ponto final. Assim como a vida.


É bom abrir o coração e se deixar levar com esse tipo de história, que mesmo tão diferente de nossas vidas parece querer uma conversa com a gente. Sempre fico feliz com esse filme porque mesmo que tudo pareça raso e óbvio, ele ainda fala bastante e sempre é sincero. Essa é a magia do cinema: se deixar levar e entrar pra essa história, conhecer e compreender os personagens pra tentar construir uma vida melhor pra nós mesmos.


Pra encerrar, os créditos do filme:


“She’s got you high and you don’t even know yet”.


Dedico esse texto para uma pessoa que sabe quem é, e que conhece meus problemas. É, eu também tenho uma Summer.




Source:


http://gabrielcaetano.com/2013/07/sobre-os-500-dias/






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